Política

Quinta-Feira, 08 de Maio de 2014, 23h20

GREENPEACE

MT é o segundo estado em investimentos estruturais com a Copa

GD

 

Com gasto estimado de R$ 1,7 bilhão em três obras de mobilidade urbana da Matriz de Responsabilidade para a Copa de 2014, Mato Grosso tem o segundo maior investimento do país e o custo final é R$ 1,2 bilhão a mais que o anunciado em 2011. O Estado fica atrás somente do Rio de Janeiro onde o investimento até agora foi de R$ 1,8 bilhão em 3 obras.

As informações constam no relatório divulgado pelo Greenpeace que compara os valores empregados nas arenas e o montante destinado à mobilidade. Os dados usados são do governo federal, disponibilizados no Portal da Copa.

A conclusão demonstra que Mato Grosso apresenta um perfil diferenciado do restante do país. Dos mais de 60 projetos de mobilidade urbana prometidos entre 2010 e 2013 para as 12 cidades sedes, somente 42 empreendimentos foram mantidos.

Com isso quase R$ 3 bilhões deixaram de ser investidos no setor em obras para o início do Mundial. Em relação às arenas o valor saiu dos R$ 5,6 bilhões previstos inicialmente, para mais de R$ 8 bilhões, o que representa um aumento total de 42%.

Em Mato Grosso o crescimento foi de 25%, elevando o valor da Arena de R$ 545,2 milhões para R$ 570,1 milhões. Quanto à mobilidade urbana, no Estado foi mantido o número de obras porém o investimento subiu de R$ 481 milhões em 2010 para R$ 1,7 bilhão em 2013.

A Matriz de Responsabilidade divulgada em 2010 apresentava como essencial a criação do corredor da avenida Mário Andreazza (R$ 31,3 mi), e 2 rotas de BRT: uma para atender o Sul (R$ 132,3 mi) e outra o Leste (R$ 132,3 mi) de Cuiabá. Embora o número de obras da Matriz de Responsabilidade tenha sido mantido, o cenário foi alterado em 2011, quando os dois trechos do BRT foram substituídos pelo Veículo Leve sobre Trilhos (R$ 1,2 bi) e o entorno da Arena (R$ 146 mi) foi incluso na responsabilidade do Estado.

Para a coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace, Barbara Rubim, a realidade nacional e mato-grossense, embora diferentes, são preocupantes, uma vez que a mobilidade urbana continuou sendo apenas promessa e não chegou ao legado anunciado. “Houve uma preocupação muito maior em preparar o país para a Copa, do que com a população”.

Destaca que a mobilidade urbana representa qualidade de vida e menos impacto ambiental. Hoje, o transporte de passageiros (público ou particular) é o segundo maior responsável pela emissão de gases que resultam no efeito estufa, sendo uma agressão direta ao meio ambiente. Lembra ainda que a falta de transporte público adequado e os congestionamentos refletem diretamente na economia e qualidade de vida, uma vez que grande tempo é perdido com trânsito. 

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