Opinião Sexta-Feira, 26 de Julho de 2024, 16h:29 | Atualizado:

Sexta-Feira, 26 de Julho de 2024, 16h:29 | Atualizado:

Gisela Simona

A força da mulher negra no Brasil

 

Gisela Simona

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Gisela Simona

 

Esta semana - como deputada federal pelo União Brasil  - realizei reuniões importantes em alguns municípios, na região mais ao Oeste de Mato Grosso, como Cáceres, Jauru, Vila Bela da Santíssima Trindade, Porto Esperidião, Vale do São Domingos e Comodoro. E pude, inclusive, com imensa alegria participar em Vila Bela da Santíssima Trindade, do III Encontro Regional de Mulheres Negras de Mato Grosso, neste dia 25 de julho. Celebrando com a população da primeira capital de Mato Grosso, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, Dia Nacional de Tereza de Benguela [líder quilombola que, no século XVIII, comandou o Quilombo do Quariterê, em Mato Grosso] e Dia Nacional da Mulher Negra.  

Estar lá celebrando datas tão singulares, em uma cidade no Alto Guaporé, que até pouco tempo possuia uma população composta quase que exclusivamente por descendentes de escravos africanos foi uma imensa honra. 

Assim, enquanto uma dos 31 parlamentares que se declaram negros, dos 513 que participam da Câmara Federal, sobretudo, uma deputada que participa da bancada negra desde a sua criação, em 2023, e ainda da bancada da mulher no Congresso Nacional, estar em Vila Bela que continua conhecida como a 'Cidade Negra' de Mato Grosso, mesmo com a imigração e os casamentos interraciais, foi inequivocamente um grande presente. 

Sobretudo, poder debater políticas públicas para o enfrentamento ao racismo estrutural. E discutir a importância de Mato Grosso se colocar na linha de frente na garantia de direito, justiça e igualdade para a população negra.

Comemoração que muito antes nos convida a refletir sobre a trajetória e a contribuição das mulheres negras na construção do nosso país. E o impacto social ainda hoje desproporcional destas mulheres, frequentemente, marginalizadas. Que enfrentam diariamente as desigualdades econômicas e que fazem parte do contingente mais atingido pela violência doméstica. Exigindo que as políticas públicas considerem estas especificidades vividas por elas. 

Em um ano de atuação na Câmara Federal, tenho trabalhado no sentido de promover políticas públicas que atendam às necessidades das mulheres, buscando reduzir as desigualdades e garantir mais oportunidades para todas. Pois entendemos que as lutas pela igualdade de gênero e raça devem ser contínuas e multifacetadas. Sobretudo, compreendendo, em especial, que as mulheres negras, ao longo da história do Brasil, têm sido pilares na resistência e na construção de uma sociedade mais justa. 

Assim, orgulhosamente, posso neste um ano de Câmara dos Deputados,  computar participações extremamente importantes dentro dos debates e na construção de propostas que estão garantindo que nossas vozes sejam ouvidas e que as políticas públicas reflitam nossas necessidades e experiências. Neste contexto, em abril deste ano, fui uma das quatro representantes da Câmara Federal, em Genebra, na Suíça, em missão oficial, participando da 3ª Sessão do Fórum Permanente sobre Afrodescendente da Organização das Nações Unidas. Contribuindo para o diálogo global sobre as questões raciais.  

Acabei de participar neste início de julho, em Maceió, de um encontro histórico no Brasil: a 1ª Reunião de Mulheres Parlamentares desde a criação do famoso G-20, em 1999, formado por ministros de finanças e chefe de bancos centrais de nações desenvolvidas que se reúnem para buscar soluções que garantam estabilidade à economia global.

De forma inédita, representantes de Câmaras, Senados e Assembleias Nacionais das maiores potências mundiais, especialmente, de suas bancadas femininas se reuniram na capital para falarem sobre sobre o protagonismo feminino no mundo. E as saídas globais para quebrar uma invisibilidade que, historicamente, nos incomoda.  

E como reconhecimento, acredito, desta luta contínua em favor das mulheres e da população mato-grossense fui indicada ao Prêmio Congresso em Foco 2024, premiação considerada a mais importante da política brasileira. 

Ano passado, ao comemorar esta mesma data, disse igualmente, em um artigo, que não poderia deixa-la passar em branco, pois era necessário frisar que Mato Grosso agora tinha uma mulher declaradamente preta como deputada federal. Para alguns, só uma característica há mais, para muitos, uma conquista histórica, digna de agradecimento a toda a nossa ancestralidade que, com suas lutas, nos fizeram chegar aqui.

Assim, mais uma vez, ao celebrarmos o Dia da Mulher Negra, convido toda a sociedade para o enfrentamento do racismo e a promoção da igualdade racial. Para que possamos tornar realidade nossa luta por respeito, cidadania, dignidade e igualdade de oportunidades.

Gisela Simona é cuiabana, advogada e deputada federal pelo União Brasil





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Comentários (3)

  • PROJETOS PARA CONSUMIDORES.

    Segunda-Feira, 29 de Julho de 2024, 10h26
  • A Gisela deveria focar em projetos para os consumidores. Os votos que teve foi em decorrência do seu desempenho no Procon. Poderia buscar alargar a garantia de algumas mercadorias, como por exemplo peça de carro. As fabricas dão garantia de mais de 03 anos nos carros novos. já as peças vendidas em auto peças, a garantia é de 03 meses. pode ainda fazer projeto para o imetro fiscalizar a qualidade dessas peças. em fim, tem muita coisa para melhorar nesse segmento.
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  • Carlos Nunes

    Sexta-Feira, 26 de Julho de 2024, 18h05
  • Pois é, a situação da Mulher da raça negra...e dos Homens também...não tá lá essas coisas ultimamente. Pelo menos aquelas pessoas presas por causa do dia 8 de Janeiro. Dona JUPIRA, trabalhadora da raça negra, foi presa e condenada a 14 anos pelo tio Xandão...VILDETE DA SILVA, 73 anos, aposentada, presa com trombose...será condenada também...JEAN, jovem autista negro, catador de material reciclável...CLERISTON DA CUNHA, preso e morto, porque foi impedido de ter o tratamento médico adequado e urgente, quando mais precisava...JAIME HENSKER, 68 anos, professor, preso mesmo tendo CÂNCER DE PRÓSTATA em estágio avançado. As Mulheres pegarão 14 anos de pena & e os homens 17 anos...pelo Golpe que não houve. Todos eles são insignificantes pra dar qualquer Golpe...JAMAIS dariam...nem quebraram coisa alguma. São pessoas comuns, sem Foro Privilegiado nem deviam ser presos e condenados pelo Supremo. O ex-Ministro MARCO AURÉLIO DE MELLO deu uma entrevista, que está no YouTube: STF não tem competência para julgar ARRUACEIROS do dia 8 de Janeiro, diz Marco Aurélio de Mello. Tio Xandão voltou à época colonial do Brasil...Não permitiu que os supostos crimes não fossem individualizados, e os Advogados, dentro do Princípio da Presunção da inocência, fizessem a AMPLA DEFESA. Tornou todo mundo RÉU em LOTES como animais. Isso acontecia quando os navios negreiros aportavam no Brasil. As pessoas eram despachadas em LOTES como animais. Muito estranho isso. Por que tio Xandão não permitiu a individualização dos casos?
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  • Carlos manis

    Sexta-Feira, 26 de Julho de 2024, 16h49
  • O povo esqueceu que nobre deputada apoiou e foi apoiada por quem mais desrespeita mulher nesse país. Ninguém esquece os posicionamentos da nobre deputada no pleito para prefeitura. Por que só agora?
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