Romero Xavier, de 31 anos, homem apontado como mandante do brutal assassinato de sua ex-esposa, a empresária Raquel Cattani, de 26 anos, negou em depoimento prestado à Polícia Civil a versão do irmão Rodrigo Xavier, de 37 anos, de que tenha praticado os fatos a ele atribuídos. Nesse sentido, a Polícia Judiciária Civil deverá promover uma acareação entre os irmãos, já que ambos apresentaram versões divergentes sobre a morte da produtora rural.

A juíza substituta Luciana de Souza Cavar Moretti, da 3ª Vara da Comarca de Nova Mutum, decretou a prisão preventiva dos irmãos durante audiência de custódia na noite desta quinta-feira (25). Ao FOLHAMAX a assessoria da Polícia Civil se limitou a dizer que Romero negou a autoria dos crimes atribuídos a ele. Porém, não repassou detalhes sobre seu depoimento. 

Romero e Rodrigo Xavier foram presos na noite da última quarta-feira (24). Rodrigo atacou Raquel com 34 facadas quando ela estava sozinha na residência em que morava no assentamento Pontal do Marape, em Nova Mutum (264 km de Cuiabá). O corpo de Raquel foi encontrado na manhã da última sexta-feira (19) pelo pai, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL).

De acordo com a Polícia Civil, Romero planejou o crime com o irmão, Rodrigo Xavier. Ele não aceitava o término do relacimento e teria oferecido R$ 4 mil a Rodrigo para matar Raquel dentro da casa em que ela morava no assentamento Pontal do Marape, em Nova Mutum. Em depoimento, Rodrigo disse que Romero o deixou no sítio, para esperar Raquel. Ele arrombou a porta do quarto dos filhos pequenos de Raquel, esperou ela chegar em casa e a atacou.

O corpo dela foi encontrado na manhã da última sexta-feira (19). As investigações coordenadas pelos delegados Edmundo Félix de Barros Filho e Guilherme Pompeo, analisaram imagens de câmeras de segurança da vila onde a vítima tinha um sítio e das cidades da região, como São José do Rio Claro e Tapurah.

 

Ainda de acordo com os delegados que estão à frente das investigações, na tentativa de ludibriar as investigações, o mandante do crime criou álibis, como almoços com os ex-sogros, churrascos com pessoas com as quais não tinha convivência estreita e idas a boates na cidade de Tapurah, entre a tarde e a noite da execução do crime, com a intenção de não ser considerado o principal suspeito. Porém, no decorrer das diligências, as equipes policiais reuniram evidências que possibilitaram chegar aos dois envolvidos no crime brutal – o mandante e ex-marido da vítima, e seu irmão, o executor do crime, que montou a cena na residência de Raquel para que a Polícia Civil acreditasse que o crime teria motivação patrimonial.

Para fazer a polícia acreditar que se tratava de um possível latrocínio, após matar a vítima, Rodrigo Xavier quebrou uma televisão e a jogou na parte de fora da casa, além de levar alguns objetos pessoais e a motocicleta de Raquel. Ao ser preso em flagrante na quarta-feira, ele relatou aos policiais civis que jogou o veículo, a arma usada no crime e um celular dentro do Rio Verde, em Lucas do Rio Verde.

Nesta quinta-feira (26), as equipes policiais realizaram buscas no local indicado, com auxílio do Corpo de Bombeiros, para a retirada do veículo do rio.

A motocicleta foi enviada à delegacia em Nova Mutum e passará por perícia.