Polícia Quarta-Feira, 01 de Fevereiro de 2023, 07h:21 | Atualizado:

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MÁFIA DA MORTE

Donos de funerárias pagavam propina para conseguir mortos em hospitais em MT

Participação de servidores públicos no esquema também é investigada

Da Redação

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RIP MONEY.

 

A Polícia Civil de Mato Grosso desencadeou nesta quarta-feira (1º) a Operação Rip Money, para cumprimento de mandados de busca e apreensão e decretação de medidas cautelares contra três investigados por se associar criminalmente para direcionar pessoas falecidas a prestadoras de serviços funerários, em três cidades do norte do Estado. Os mandados estão sendo cumpridos nas cidades de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. 

A Delegacia da Polícia Civil em Sorriso instaurou um inquérito, no ano passado, para apurar os delitos de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função pública cometido pelos investigados, entre eles, um homem que trabalha como vigilante de um hospital público no município. 

A operação cumpre buscas domiciliares em três endereços dos investigados e também medidas cautelares que determinaram o afastamento da função de vigilante e também de se aproximar dos hospitais e dos demais investigados. 

Direcionamento de serviços

Conforme a investigação, o vigilante se oferecia para encaminhar corpos de pessoas que faleceram nos hospitais 13 de Maio e Regional de Sorriso e nos hospitais Santo Antônio e Regional de Sinop a funerárias das cidades mencionadas. Além disso, ele cobrava um percentual de cada uma das empresas com quem tinha ‘um acordo’. 

À empresa com quem desejava negociar, o vigilante relatou em detalhes o funcionamento do esquema da associação criminosa e como negociava com as demais funerárias. 

Depoimentos coletados durante a investigação apontaram que W.B.S. apresentou uma ‘negociação’ com uma funerária, de um percentual de 15% do valor total que a empresa cobraria para fazer um translado fora do município. Caso a pessoa que falecesse fosse sepultada no município de Sorriso, o valor fixo cobrado seria de R$ 500. 

A Polícia Civil apurou ainda que o investigado já tinha uma ‘parceria’ com uma funerária de Sorriso e com outras duas de Lucas do Rio Verde e de Sinop, porém, com essas o valor cobrado era fixado em 10%, em acordo direto com os proprietários. 

A investigação apontou ainda que durante a tentativa de abrir mais uma negociação escusa com uma funerária, o investigado disse que tinha informações de quando havia óbitos nos hospitais e do estado de saúde de pacientes que estavam na UTI em estágio terminal. 

Ele contou ainda que estava ‘passando os óbitos’ dos hospitais Santo Antônio e Regional de Sinop a uma funerária já acordada, mas que tinha a intenção de passar os óbitos do Hospital Treze de Maio à funerária que denunciou o esquema. 

Abordagem a familiares

A investigação da Delegacia de Sorriso reuniu informações que demonstram que o vigilante fez negociação de direcionamento de serviços funerários de dois pacientes que ainda estavam vivos, sob o argumento de que ‘a família tem dinheiro’ e de que as pessoas estavam ‘desenganadas pelos médicos’.  Depois, ele explicou como deveria ser feita a aproximação das famílias em luto. Para isso, procurava se aproximar em momentos de mais sensibilidade dos familiares se passando por funcionários da Perícia Técnica Oficial (Politec-MT), a fim de ter acesso a dados pessoais e contatos telefônicos. 

O investigado também disse em certa ocasião, demonstrando alegria: “pelo desespero da família aqui, acho que veio a óbito. Já vou descer lá”, ao falar como deveria ser a abordagem aos familiares de pacientes.  A Polícia Civil apurou também que dois proprietários de funerárias fizeram propostas ao vigilante para que os corpos dos hospitais públicos de Sinop fossem direcionados a suas empresas, o que caracterizou o crime de corrupção ativa. Já o vigilante é investigado por associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e usurpação de função pública, este último por se fazer passar por servidor da Politec. 

A operação tem como objetivo apreender materiais que possam reforçar a investigação e permitir à Polícia Civil identificar os agentes estatais que integram a associação criminosa. 

Nome da operação 

Rip é a sigla em latim para a expressão ‘requiescat in pace’, epitáfio que significa descanse em paz.





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Comentários (5)

  • Francisco Almeida

    Sábado, 04 de Fevereiro de 2023, 09h51
  • Aonde o município não faz concessão e disciplina as funerárias, o agenciamento imoral acontece. Funerária é serviço público que segundo a nossa constituição deve ser regulamentada pelo município. Quanto isso acontece é o poder público que define os preços dos funerais, ou seja, os preços são obrigatoriamente os mesmos para todas empresas, preços esses definidos pela prefeitura. Ignorantes e mal informados confundem como isso fosse um cartel ou máfia. Parabéns aos prefeitos de Cuiabá que a muitos e muitos anos não permite agenciadores (papa defuntos) em nossa capital.
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  • eu

    Quarta-Feira, 01 de Fevereiro de 2023, 09h28
  • isso não é novidade....
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  • Carlos alves

    Quarta-Feira, 01 de Fevereiro de 2023, 09h20
  • ISSO ACONTECE EM TODOS PRONTOSOCORROS E HOSPITAIS DE MT É ATE AO DO BRASIL...!! É UMA MAFIAA...FICAM PARECENDO "URUBUS" EM CIMAA...E TINHA QUE TAMBEM INVESTIGAR O IML DE MT....POIS É UMA BUROCRACIAA PARA O PARENTEE...MAS PARA AGENTE FUNERARIAA É LIBERADOO....TRATAM O FALECIDO COMO "PRESUNTO" SEM RESPEITO NENHUM...!!!
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  • João Lucas

    Quarta-Feira, 01 de Fevereiro de 2023, 09h06
  • Abutre!
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  • ANDRE

    Quarta-Feira, 01 de Fevereiro de 2023, 08h49
  • ISSO NÃO É NOVIDADE, ESSA MAFIA DAS FUNERARIAS É MAIS ANTIGA QUE MATUZALEM, NINGUEM NUNCA FEZ E NEM VAI FAZER NADA POR QUE TOLA MUUUUUIIITO DINHEIRO E ENVOLVE MUITA GENTE
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