Em uma verdadeira ‘saia-justa’, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (CDH-ALMT), deputado estadual Gilberto Cattani (PL), voltou atrás e manterá os títulos de cidadãos mato-grossenses aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Flávio Dino. A informação foi dada pelo senador Wellington Fagundes (PL) à Gazeta, na segunda-feira (27).

A decisão levou em conta que os ministros são autoridades nacionais e que a retirada dos títulos por parte da Assembleia Legislativa de Mato Grosso não ‘cairia muito bem’. Fagundes, que é um dos intermediadores e tenta aproximar o Partido Liberal junto ao Supremo Tribunal Federal, após longos embates durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), disse que o assunto estava encerrado.

‘Então isso já está superado. Também já foi conversado. Ele [Cattani] propôs isso o cancelamento, mas através do diálogo nós mostramos que era importante manter’, comentou quando foi questionado sobre o caso. As ações de Cattani vão na contramão das investidas do senador, que tentam estreitar diálogos com os ministros, incluindo-se Gilmar Mendes e buscam uma pacificação. ‘São duas autoridades importantes para o país. São do Supremo e a gente superou essa questão e vamos manter as comendas’, assegurou Fagundes, considerado maior liderança da sigla no Estado. Na última quarta-feira (22), Cattani anunciou a anulação dos atos que concederam títulos de cidadãos mato-grossenses a Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O parlamentar, o autor das homenagens, foi o deputado estadual Valdir Barranco (PT), que, segundo Cattani, teria ‘orquestrado de maneira incorreta’ o trâmite exigido pelo Regimento Interno da Casa de Leis, conclamando uma reunião extraordinária, que contou com votos e participação apenas de parlamentares suplentes da comissão, como o próprio autor Barranco e Juca do Guaraná (MDB).

O ato que concedeu os títulos de cidadão aos dois ministros havia sido publicado no Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Mato Grosso na segunda-feira (20). A proposta é de autoria do deputado Valdir Barranco (PT), membro suplente da Comissão de Direitos Humanos, e foi aprovada no dia 6 de maio, com votos do próprio petista e também de Juca do Guaraná, suplente na Comissão, em uma reunião extraordinária com apenas um membro titular da Comissão, o deputado Max Russi (PSB).