Domingo, 02 de Fevereiro de 2025, 08h54
CAOS NA SAÚDE
Prefeito fala em "narrativa" após morte de paciente em Cuiabá
Abilio Brunini alega ser alvo de "fake news"
VINICIUS MENDES E ALLAN MESQUITA
Gazeta Digital
Allan Mesquita
Abilio Brunini (PL) afirmou que foi alvo de ‘fake news’ e está “enfrentando uma narrativa”, se referindo à nota do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) encaminhada à imprensa, que apontava a morte de uma paciente horas após receber o atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) no bairro Tijucal, em Cuiabá. O prefeito disse que tentaram “distorcer a realidade”, mas garantiu que não quer guerra com o CRM ou outra entidade de representação dos médicos.
Nas últimas semanas o CRM-MT e o Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed-MT) fizeram críticas à gestão de Abilio, após o prefeito determinar atendimentos de demanda espontânea nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Cuiabá. Os órgãos afirmaram que estas unidades não possuem estrutura adequada para fazer atendimentos de urgência, porém, em resposta, o prefeito destacou que o próprio Ministério da Saúde determina o atendimento de pacientes de casos com pouca urgência nas UBSs.
Segundo o CRM-MT, profissionais que participaram do atendimento relataram que a UBS não possuía equipamentos e insumos necessários para a realização de um atendimento de urgência, caso da paciente que faleceu.
“A situação é caótica e a ‘solução mágica’ apresentada pela prefeitura tem causado sérios problemas. Não vamos esperar outra pessoa morrer para tomarmos providências. A sindicância vai apurar as responsabilidades neste episódio”, disse o presidente do CRM-MT, Diogo Sampaio.
Em entrevista coletiva na sexta-feira (31) Abilio rebateu as informações divulgadas pelo Conselho e afirmou que a paciente morreu no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) 24 horas após ter dado entrada.
“Eu não sei quem informou o CRM ou quem orientou o CRM a fazer essa divulgação ou induziu essa informação, mas essa paciente, no histórico dela, não vou detalhar o que aconteceu no histórico dela, mas eu vou dizer para vocês, ela foi no dia 21 à UPA, no dia 24 ela foi na Unidade Básica de Saúde. Ela foi encaminhada ao HMC, como um caso de socorro, pelo Samu, ela ficou internada na UTI do HMC e depois de 24 horas ela foi a óbito no HMC”, explicou.
O prefeito afirmou que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá abrir uma investigação sobre o caso e que ele não se opõe a uma investigação do CRM.
“A gente está enfrentando uma narrativa, entenda bem. Existe uma situação grave, que é uma paciente que foi ao óbito e a gente se solidariza a família, a gente entende a dor, a gente sabe que é uma situação muito difícil, não vamos relativizar essa situação. Nós vamos abrir uma investigação sobre esse caso. (...) Agora é importante deixar claro, a paciente não morreu na Unidade Básica de Saúde”, garantiu o gestor.
Abilio ainda afirmou que foi alvo de “fake news” e que isso pode causar receio nos pacientes na hora que precisarem de atendimento em uma UBS, que conforme reforçou, onde há orientação do Ministério da Saúde para atendimentos de pouca urgência. Apesar disso, o prefeito garantiu que não quer "guerra" com nenhum órgão.
“Nós estamos enfrentando um dilema cultural no atendimento das Unidades Básicas de Saúde e atendimento de UPA de pronto-atendimento, e às vezes nessa guerra cultural entre procedimentos, entre métodos, (...) sai histórias que não podem ser colocadas, nesse caso como se fosse um caso verdadeiro e criando um caos ainda no procedimento de atendimento. (...) Acontece que às vezes tentam distorcer a realidade passando mentiras e informações infundadas como essa, prejudicando todo o relacionamento que a gente está construindo com a sociedade e o sistema de saúde do município”, disse o prefeito.
O que diz a SMS
A secretária municipal de Saúde, Lucia Helena Barboza Sampaio, também participou da coletiva. Ela pontuou que existe uma lei que protege dados sensíveis dos pacientes e, por isso, não dará detalhes sobre a causa da morte. Contudo, garantiu que a paciente tramitou pelo sistema de saúde de acordo com o esperado.
“Ela era uma paciente oriunda de um área de abrangência da Unidade Básica de Saúde do Tijucal, mas no dia 21 ela buscou o atendimento na UPA, onde ela foi atendida, nada de espera, foi muito rapidamente. (...) Ela foi atendida pelo médico, foi medicada, foi tratada, recebeu alta com medicação e orientação e dias depois ela procurou a Unidade Básica de Saúde, porque é mais próxima da casa dela, também foi atendida pelo médico. O médico identificou a necessidade de fazer a medicação naquele momento e não havendo a evolução que ele esperava, ele buscou transferi-la para um local onde ele entendeu que ela deveria receber o melhor atendimento”, relatou a secretária.
De acordo com Lucia Helena, a paciente permaneceu na UTI do Hospital Municipal de Cuiabá por 24 horas “e veio a óbito por outras causas”.
“Eu não tenho acesso à sorologia dos exames que ela fez para identificação de dengue ou chikungunya, então eu não posso falar que ela é um caso confirmado de nenhuma das patologias. Pelo que está escrito no prontuário é possível que sim, mas eu não posso afirmar que foi essa a causa do óbito da paciente. O que eu posso garantir é que a Secretaria está aberta e transparente para as pessoas que tiverem direito legal a olhar os prontuários, os atendimentos, tudo o que foi feito com essa paciente, mesmo antes desse episódio, porque ela (...) já tinha tido outros atendimentos desde novembro do ano passado”, disse a secretária.
Leia a nota da Prefeitura sobre o caso:
A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, esclarece as informações veiculadas sobre o óbito de uma paciente na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Tijucal:
A paciente não faleceu na unidade. Seu primeiro atendimento ocorreu três dias antes, em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). No dia 24 de janeiro, ela procurou a UBS do Tijucal, sua área de abrangência, onde recebeu atendimento médico e foi encaminhada ao Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
No HMC, permaneceu internada na UTI, vindo a óbito quase 24 horas depois, recebendo atendimento necessário.
No dia do atendimento na UBS do Tijucal, havia três médicos na unidade, que atenderam um total de 45 pacientes ao longo do expediente, com uma média de 15 atendimentos por profissional, número dentro da normalidade para unidades de atenção básica com horário estendido. Para efeito de comparação, no mesmo dia, uma UPA com quatro médicos realizou mais de 600 atendimentos.
A Prefeitura de Cuiabá reitera seu compromisso com a transparência e a qualidade dos serviços prestados à população e informa que uma investigação será aberta para esclarecer todos os fatos.
José Oliveira | 02/02/2025 13:01:11
Tem que ficar esperto com abilio porque o negocio dele é midia, fake news, fala muita besteira...to esperando pra ver mas pelo histórico dele a tendência é seu governo ser um fracasso
Velho do Rastelo | 02/02/2025 09:09:51
Pela cara na foto nem a médica pediatra das minhas netas está aguentando mais as maluquices do Shrek de pijama e logo já vai pedir o boné para não ficar emprestando seriedade a quem não é sério.
Paulo | 02/02/2025 09:09:44
Putz....AbÃlio (do partido REI DAS FAKES) tendo a sensação de uma Fake News...kkkkkk...(não é de rir)....muita ironia......pior que essa nem Fake news é....
Matheus | 02/02/2025 09:09:17
Tem a assinatura desse prefeito na morte dessa senhora! Começou a colecionar " cadáveres " .
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